Todo trabalho é tecido nas relações sociais, já que sempre trabalhamos para e com os outros. Essa cooperação entre os indivíduos exige que um certo respeito e conformação com as regras para que ela funcione. O psiquiatra Rudolf Allers fala sobre alguns problemas que podem impactar no desenvolvimento dessa área da vida humana.

O vício da impontualidade.

A impontualidade é uma imperfeição moral que ameaça a vida profissional e outras relações. As duas raízes desse vício são a dificuldade de se submeter à regras, e a necessidade, consciente ou inconsciente, de mostrar superioridade através da indiferença. O que dificulta a modificação desse hábito é o fato de toda pessoa impontual sempre ter uma série de desculpas à mão, para se abster da responsabilidade por seu problema.

A impaciência

A pessoa constantemente impaciente é aquela que não suporta que as coisas não se comportem como ela deseja ou na velocidade que ela espera. Porém, o nosso trabalho progride mais devagar quanto mais impacientes somos. O impaciente é como a criança que mata sua planta por cavar o solo constantemente, para verificar se as raízes já cresceram.

A desordem

A ineficiência no trabalho geralmente inclui a desordem. Esse problema também envolve uma má vontade em se submeter às regras, como uma espécie de  afirmação distorcida de liberdade. A desordem também comunica desrespeito com as regras seguidas por todos, o que é equivalente a declarar que se está acima daquelas regras e daqueles que as seguem.

O excesso de atenção aos detalhes

Ao contrário da desordem, uma pessoa pode tornar seu trabalho ineficiente ao exagerar a importância dos detalhes. Esse tipo de pessoa passa tanto tempo preparando as condições ideias, cuidando da organização e dos detalhes que nunca começa efetivamente a trabalhar. O excesso de atenção aos detalhes é uma forma de preguiça disfarçada de trabalho.

Nenhuma dessas características por si só são anormais. Elas se tornam um problema quando o ego as usa habitualmente como formas de se impor e escapar da realidade e dos compromissos. Porém, a realidade é mais forte  do que o ego e essas tentativas se voltam contra ele, cedo ou tarde. Combater esses hábitos facilita o desenvolvimento da vida profissional e de toda a vida social do indivíduo, justamente por o tornar mais adaptado à realidade.

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