Pintura: Ela que conduz, 1943 – Nicholas Roerich.

A psicoterapia vai muito além da cura dos sintomas, não sendo restrita a pessoas com algum transtorno. Muitas vezes, estes sintomas são apenas portas de entrada para um processo profundo de autoconhecimento, manifestando uma parte ignorada da psique que pede atenção.

Não é incomum que, no tratamento de um sintoma surja um conflito que exige a reestruturação de uma vida inteira, o que explica o medo de confrontá-lo. É por essa razão que, na teoria junguiana, a neurose não vem de um trauma, mas dessas dificuldades e conflitos que queremos evitar, e que somos forçados a encarar quando nossos sintomas criam becos sem saída.

Felizmente, em muitos casos os sintomas não contém só o problema, mas também as sementes da solução. Quando a terapia passa da remissão de um sintoma para a realização do próprio destino, é que se pode falar do início do processo de individuação, que, em poucas palavras, consiste em tornar-se quem se é.

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