Na mitologia grega, Faetonte era um humano e filho do deus Hélio, o Sol. Querendo provar sua origem divina, pediu ao pai para guiar a carruagem solar pelos céus. Hélio avisou do perigo, mas cedeu.
Faetonte, porém, perdeu o controle dos cavalos do Sol. A Terra entrou em caos: mares secaram, florestas queimaram. Para salvar o mundo, Zeus lançou um raio e o destruiu.
Na psicologia junguiana, essa história ilustra a inflação do ego: Quando o ego tenta controlar a vida como um todo, ignorando as manifestações do inconsciente — emoções, intuições e instintos. Assim como Faetonte, o ego ignora as advertências e tenta “tomar o lugar de Deus”.
Essa tentativa de controle total leva à exaustão. Depressões, crises de ansiedade, burnout, etc. podem surgir. O inconsciente, quando ignorado e reprimido, se manifesta de forma destrutiva.
O papel do ego não é dominar — ele deve ser ativo, mas escutar o inconsciente. Prestar atenção às manifestações dessa “voz interior” mantém o ego humilde e receptivo aos feedbacks de suas ações.
Assim, quando mantemos o ego no seu lugar adequado, usamos os produtos inconscientes de forma construtiva, protegendo-nos de sua possível face destrutiva.