As emoções são a base dos processos psíquicos; são elas que programam as funções cognitivas mais sofisticadas do ser humano. Não geramos os nossos valores e a nossa visão de mundo através de argumentos racionais. Pelo contrário, a razão vem muito mais como uma forma de justificar algo que sentimos como real em primeiro lugar, algo que nos captura afetivamente, de maneira implícita.
A linguagem das emoções se expressa mais inconscientemente, através de gestos, variação de tons e expressões faciais, do que pela linguagem concreta e explícita, e é através da linguagem das emoções que fazemos a maior parte da nossa comunicação. Da mesma forma, as imagens que as emoções invocam na psique, como as fantasias e os sonhos, são muito mais baseadas no significado afetivo das experiências do que numa descrição imparcial destas. Aliás, essas imagens são reflexo do estado afetivo do sujeito.
Assim, o trabalho com o inconsciente é aprender a entrar em contato com a linguagem emocional e simbólica que serve de base para nossa capacidade de experienciar o mundo. Por isso a interação com a linguagem simbólica do inconsciente é imprescindível em todo processo profundo de autoconhecimento.